terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Adeus Ano Velho...

Por: Júnior


Não sei você, mas às vezes eu tenho vontade de sumir…
Sei que não vai dar certo, mas não leio os jornais, não vejo telejornais, não acesso internet. É tanta desgraça, tanta injustiça, tanta gente sofrendo, que penso estarmos tão atolados num mundo de merda que perco esperança no futuro.
Mas não adianta fugir... Sempre tem uma hora que não temos nenhum bom filme pra ver, nem um bom livro, ou ao menos um futebolzinho pra assistir.
Aí acabo vendo o noticiário... Uma senhora chorando porque precisa fazer um exame que seu plano de saúde pago pontualmente durante vários anos não cobre. Um senhor aposentado reclama das horas que esperava para ser atendido. Ele poderia ser meu avô, sua avó.
Estamos acostumados a ver reportagens sobre a saúde pública, pessoas amontoadas em corredores nojentos, mulher dano a luz no meio de baratas.
Telejornal que segue... E também segue a inacabada Primavera Árabe, a Grécia e boa parte da Europa continuam passando o chapéu. O Vaticano se desculpa por mais um caso de pedofilia no Velho Continente, uma eleição fraudulenta na Rússia e a molecada chilena continua botando pra quebrar.
Uma chuvinha de fim de tarde inundou várias ruas paulistanas... A mesma cena de sempre: um carro no meio da lama, famílias inteiras acenando de cima da laje.
Os apresentadores do jornal comemoram a fato do brasileiro estar comprando mais carros e mais celulares. Não sei você, mas eu não acho que maior poder de compra signifique uma vida melhor.
Mais uma comunidade carioca que caiu no conto da pacificação, mais uma greve que só mostram o lado do patrão, uma reportagem pelegaça mostra a movimentação nos shoppings.
O pai que matou o filho, o filho que matou a mãe, a mãe que chora a morte de seu filho atropelado por um boy bêbado. É um clichê do jornalismo moderno; filmar a cracolândia do alto de um prédio.
Às vezes acho que deveria acreditar em Deus, e colocar a culpa de tudo na conta o Divino onipresente, que tudo vê.
Mais duas câmaras de deputados aumentam seus salários. Em Brasília, mais uma MP no mínimo duvidosa, mais um ministro metido em corrupção é demitido, várias votações feitas às pressas para chegar logo as férias... Melhor arrumar alguma coisa pra fazer.

Quem deveria ao menos tentar melhorar nossas vidas... Está mais preocupado em garantir seu Feliz Natal, seu próspero Ano Novo!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Obrigado Doutor!


Por: Junior


Esse texto não trata de um Corintiano escrevendo sobre um ídolo do seu Clube de coração... E sim um texto em homenagem a um cidadão idealista, inteligente que sempre pensou no bem comum.



Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, o Doutor, o Magrão ou o Crates.
Meu maior ídolo se foi no ultimo Domingo.  Eu não sou fã apenas do seu magico futebol, que infelizmente não vi...
Era sim fã do sujeito Sócrates, de seus ideais, da sua maneira de ver o mundo.
Sempre achei uma grande besteira essa relação fã/ídolo. Nunca entendi o porque de endeusar uma pessoa por ela ser talentosa. Só fui entender isso uns 5 anos atrás, num show que nem lembro de quem era no Sesc Pompeia. Encontrei o Doutor Sócrates, e não tive qualquer tipo de reação. Nenhuma palavra, não dei um aperto de mão, muito menos um pedido de uma foto. Fiquei paralisado, boquiaberto, enquanto ele passava por mim.



Sócrates foi único, muito diferente dos jogadores de hoje em dia. Carismático, contestador, politizado, que pensava sempre no coletivo e com um grande espírito de liderança. Fez de tudo para não ser craque, mas o foi.
Nascido em Belém e criado em Ribeirão Preto, Sócrates se formou em Medicina pela USP no campus Ribeirao Preto. Quando jovem, conciliava a vida de estudante com a vida de jogador de futebol, achando que não teria futuro como jogador. Ele dizia que só jogava pra ter dinheiro da gasolina e da cerveja de cada dia.
Ele começou a se destacar pelo Botafogo de Ribeirão Preto, e em 1978 depois de formado, foi contratado pelo Corinthians. 
Fez historia dentro e fora de campo.



Dentro foi Tri campeão Paulista 79/82/83.
Foi capitão da espetacular seleção de 82 que tinha além dele, Zico, Falcao, Cerezo...
Também jogou a Copa de 86. Tinha muita visão de jogo e uma arma mortal: o calcanhar.



Fora de campo, transportou para a estrutura do Clube os novos tempos que sopravam no cenário politico do pais, com um processo de maior participação dos jogadores nas decisoes que os envolviam, a chamada "Democracia Corintiana".
Participou ativamente das manifestações populares em favor da realização de eleições diretas para Presidente, e prometeu que se a emenda em favor da diretas não fosse aprovada no Congresso iria embora do pais.
O Congresso frustrou a todos e o Doutor rumou para a Itália para jogar pela Fiorentina.





Sócrates, nos deixou aos 57 anos. Dificil não lembrar dos mais velhos e mais sábios que dizem que;
"Os bons vão embora. e os maus ficam".



Vai na boa Doutor...
Onde estiver espero que esteja com o braço erguido com o punho cerrado... olhando por "nóis"!



Muito, muito obrigado por tudo Doutor!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O X do problema

Por: Junior

O que significa um simples X pra você?
O valor a ser descoberto numa operação matemática, o lugar onde está escondido um tesouro ou a marca da Xuxa?
Se você é morador da periféria paulistana, o X tem outros significados: desrespeito, truculência, medo...
Há alguns meses a cena é a mesma: moradores de áreas de risco, loteamentos ainda não regularizados ou de áreas por onde passará o Rodoanel, são suprendidos com um aviso de desocupação... as casas são marcadas com um X, numeradas e começam as ameaças constantes. Em pouco tempo tiram todos de suas casas.
É prometido o mesmo que é prometido todos os anos às centenas de familias que tem seus lares destruidos em enchentes ou incêndios de favelas... Algum secretário engravatado, rodeado de microfones, promete que todos serão enviados para algum CDHU, Cohab ou Cingapura. Mas as familias conseguem alguns meses depois o indecente bolsa-aluguel e os "sortudos" que conseguem um teto são enviados para bairros distantes, longe de seus empregos e escolas.

 É Jão... E você ai fofocando no facebook!

 
O deficit habitacional nessa cidade é enorme: moradores de rua, casas beirando corregos ou linhas de trem, é mais do que comum.
As familias que se instalaram em áreas de risco por motivo de segurança devem sim serem retiradas, mas calma ai patrão... não se resolve as coisas na marretada. A administração Kassab acha que esse é o caminho, tanto que hoje 90% dos Subprefeitos são coroneis aposentados. As subprefeituras foram transformadas em espécies de quartéis, o que só faz aumentar o desrespeito com a população. Nos ultimos meses a maioria das ações que tem a participação das subprefeituras foram feitas com altas taxas de autoritarismo, seja no envio da fiscalização de ambulantes, que é tarefa da Guarda Municipal ou na remoção das áreas de risco, lá está a Defesa Civil "militarizada".


O direito de luta por moradia é totalmente válido. Nas últimas semanas, cansados de esperar pelas migalhas do Governo, movimentos de lutas por moradia ocuparam uma dezena de prédios abandonados no Centro da cidade... Prédios publicos que há muito tempo não são usados para nada ou imoveis em que seus donos devem verdadeiras fortunas em impostos.
Triste ver gente criticando os sem-tetos por ocuparem imóveis no Centro. Eles não querem apenas morar no Centro. Uma ocupação na área mais importante da cidade chama muito mais a atenção do que uma ocupação "da marginal pra cá". Eles tem que resistir e não baixar a guarda na primeira migalha que lhes forem jogadas.

 Leis de referencia na luta por moradia:

Capitulo II, Artigo 182 - Constituição Federal
11977/09 - Minha Casa, Minha Vida

 

No começo de Setembro, a Prefeitura ameaçou interditar um Conjunto Habitacional e um Shopping, na Zona Norte da cidade. Foi alegado que eles foram costruidos sobre um antigo lixão, haveria vazamento de gás metano e grande risco de explosão.
Mas não é cheiro de gás que se sente por ali, é sim cheiro da especulação Imobilaria, há anos a administração do Shopping tenta sem sucesso comprar imoveis do entorno para aumentar suas instalações. Na verdade tudo não passou de um teatrinho entre a Prefeitura e o Shopping, um grande blefe... visando colocar panico nos mordores da região, que assustados venderiam suas casas por um preço bem menor do que realmente valem.
Tanto que o tal "problema" foi resolvido dias depois do divulgado, ou seja o lugar ficou mais de 20 anos com risco de explodir e foi tudo resolvido em 48 horas, com simples drenos no solo.
Estranho, não?

 Quem se curva aos poderosos...
 Mostra o traseiro aos oprimidos!
                             (Millor Fernandes)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

USP, Polícia Militar e Sociedade

Por: Beto

A Tropa de Choque, com 400 homens, invadiu a USP essa manhã, levou 70 estudantes para um Distrito Polícial e, até certo ponto, acabou com a ocupação da reitoria, pois não sabemos como os estudantes se organizarão nos próximos dias.

Para muitos, é o fim de um movimento sem sentido, de maconheiros estudantes de humanas, que vivem no micromundo da USP e defendem a libertinagem.

A diferença entre "Universitário" e "Cidadão Comum" (imposta pela própria política educacional do país, excludente) gerou muitas confusões sobre o assunto. Me decepcionei ao ver muitas pessoas emancipadas, esclarecidas, "livres", defenderem a atuação da PM e se posicionarem contra os estudantes.

De que lado você vai sambar, amigo?

http://letras.terra.com.br/chico-science/268822/

Não se trata de uma situação isolada. A Repressão vai "da USP ao Grajaú", como bem demonstra o site Outras Palavras. http://www.outraspalavras.net/2011/11/03/da-usp-ao-grajau-o-fascismo-em-dois-atos/

Sabemos das atrocidades cometidas pela patética PM no Brasil inteiro, todos os dias, principalmente entre jovens pobres, negros e moradores das periferias.

Ir contra os estudantes sob o pretexto de que "a USP é um micromundo" significa defender a Polícia Militar: corrupta, despreparada, com precária formação no Ensino Básico, que declara claramente em seu portal o orgulho de ter combatido os "subversivos" durante a Ditadura Militar.
http://coletivodar.org/2011/10/henrique-carneiro-professor-de-historia-comenta-conflito-envolvendo-maconha-na-usp/

Significa defender, também, a grande mídia, que trata estudantes como "vagabundos", os mesmos que, futuramente, lecionarão aos seus filhos. Exemplo disso, é revista Veja, afirmando que Ana Fani Carlos, geógrafa de refrência internacional tem problemas com sua alfabetização.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/ana-fani-alessandri-carlos/

De que lado você vai sambar?

Ir contra os estudantes é negligenciar que a falta de segurança no campus é fruto da falta de segurança na cidade de São Paulo. A USP é cercada por uma favela. A favela é gerada pela sociedade excludente. Sociedade que humilha. Por isso morreu o estudante de Ciências Contábeis no início do ano, assim como morreram outros "cidadãos" na noite de ontem, nessa manhã, e agora! com certeza...

Muitos estão defendendo a Tropa de Choque, pois ainda não se familiarizaram com uma tendência social nítida: NÃO SE COMBATE AS DROGAS COM VIOLÊNCIA. O mundo todo demonstra que é preciso repensar a proibição, pensar em diminuir as mortes que são geradas pelo tráfico de drogas no seio de nossa juventude pobre.

Engraçado! FHC, aquele mesmo! do Neoliberalismo e das privatizações. Foi preciso que ele defendesse a discriminalização, se apoiando nos exemplos da EUROPA para que muitos percebessem a urgência disso. Esquecem que o jovem usuário já demonstra isso há anos, apenas na atitude de garantir sua liberdade, de fato, usando.

Por falar em Europa: O povo ucraniano recentemente invadiu não a reitoria, mas sim a sede do Governo! Italianos têm se enfrentado com a Polícia recentemente. A população de Totenhann na Inglaterra provocou caos na cidade sede das Olimpíadas porque a Polícia matou 1 morador. Aqui em São Paulo, a Polícia deve ter matado mais de um, apenas essa semana...

Vocês, conservadores, já que gostam do mundo desenvolvido, poderiam compreender seus exemplos. NUNCA VI O ESTUDANTE EUROPEU SER CHAMADO DE VAGABUNDO.

Isso acontece aqui no Brasil, ou nas recentes manifestações e na repressão ditatorial que ocorre no Chile.

Não se trata de defender estudante maconheiro. Se trata de refletir a diferença entre segurança e liberdade.

Segurança sem Liberdade é prisão! (parafraseando meu amigo Sherek!)
Liberdade sem segurança é barbárie!
NÃO É POSSÍVEL QUE NÃO SABEREMOS EQUILIBRAR!

A discussão ultrapassa os muros do micromundo elitizado que é a USP: Nossa polícia não traz segurança alguma. Traz repressão de atitudes e idéias. A polícia no campus têm abordado os estudantes com hostilidade e nada mas fez do que prender dois jovens que, ao ar livre, usavam a suposta droga atingindo apenas a si mesmos.

Seria demagogia afirmar que a solução está numa sociedade justa, dentro e fora de USP?? Seria demagogia defender acesso pleno à Educação na nossa cidade? Seria demagogia defender distribuição de renda e empregos para que o jovem não recorra ao tráfico e ao crime.

Seria demagogia um ESPAÇO ABERTO para manifestações livres, da arte à música, da opinião política aos debates? Um ESPAÇO ABERTO a quem assume sua situação de usuário de uma substância que há anos tentem satanizar, mas que está presente nos mais diversos setores: da burguesia aos trabalhadores, da ciência à literatura, da arte à medicina.

Se você samba pela polícia na USP, sambará por ela sempre! Samba junto com a mídia e com a sociedade excludente. Quer se ver longe dos "vagabundos estudantes", assim como quer longe o "bandido" - morador da periferia, desempregado. Os estudantes ocuparam a USP. Sem-Teto ocuparam o Centro, Artistas ocuparam Santa Tereza no Rio de Janeiro.
http://www.midiaindependente.org/

E tú, Brutos? SE OCUPA DA TV A CABO!

De que lado você vai sambar?
(parafraseando o companheiro nesse blog, Junior)


                          (imagem compartilhada pelo meu amigo Hércules)


Você samba de que lado fião?????????????

Com certeza: A LUTA VAI ALÉM DA USP.

Se a questão vai além da USP, COMECE VOCÊ!


                                          (imagem de meu amigo Saúva)

sábado, 29 de outubro de 2011

Cidade,Tempo e Temas: Poucas Considerações

Por: Beto

Provavelmente são milhares de motivos levam a pensar sobre a cidade.
Mas há um específico que leva a não pensar:
A Cidade em si.
Viver, locomover-se e digerir as idéias que ela proporciona.

Falta tempo na Cidade.
Pra pronunciá-la. E com certeza são tantos temas pra pensar que parece um só.
A cidade em um único olhar. Certamente deverá ser um olhar complexo, abrangente.
E, com isso, de interminável explicação.
Ou quase inexplicável.

Talvez esse seja o mais perverso efeito da Cidade.

Novas dicas de som postadas.
Enquanto NÃO penso sobre a Cidade.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

De Templos em Templos

Por: Beto

Sempre há um momento em que você reza.
E não te digo isso na demagogia irritante daquelas frases feitas do tipo “querendo ou não...”, “na teoria é uma coisa, na pratica é outra...”
Digo que, em vários momentos do seu dia, você reza.
E mais: Você louva.

Para confirmar essa idéia, repare nos exemplos dos templos da metrópole.
Por qual você já passou?
Qual deles você já entrou?
Freqüentou um mês, ou anos?
Qual deles já te vez sentir prazer, poder, tristeza, angústia, medo, resignação...
Lembra-se daquele que te deixou mais paralisado? Foi pelo tamanho, forma, cheiro, cor, som ou imagens?



Proponho um desafio: um templo por dia na metrópole.
Com uma única condição: a curiosidade.
Nada mais.
Não quero aqui me lançar como um ateu, um materialista, incrédulo. Nem tampouco questionar a fé de cada um desses templos, generalizando-os.
Penso justamente o contrário. Proponho conhecer os Deuses! Os Cantos.
Cada canto de umbanda. Cada altar, cada paróquia.
Cada Sermão, palestra ou debate.
Cada show da fé ou Mesquita.
Cada meditação ou ritual.


Imagine o arranjo musical se tocassem juntos os músicos de todos os templos da cidade? Passaríamos de tambores a teclados, com toques de guitarra e cantos gregorianos.
Arranjos...
Imagine uma energia conjunta de todas essas vibrações, louvores e orações.
Você que freqüenta templos, pense na hipótese: um templo por dia na metrópole.
Só pra variar.




Tema que soa polêmico.
Dá vontade de encurtar as frases. Encurtar os parágrafos. Para não “blasfemar” ou contrariar ninguém.
Inclusive, quantas vezes se pronuncia que “com religião não se brinca”, e que “ela não se analisa”. Quantas vezes repetimos que apenas se sente, ou se compreende. Concebe-se. Jamais se discute...
DEUS!
Quem pode responder? Jamais.
Jamais é essa minha proposta. Nem muito menos o desdém de dizer que não há o que ser explicado.

Só fica a vontade de saber quem ergueu tantos templos nessa cidade. Tantos que na vista da minha janela há dezenas. Na TV, no pensamento, na mídia, na internet, no discurso, na ética.
Religiões do mundo todo.
Presentes nessa metrópole. Tendências cada vez mais amplas a seguir.
Aquelas que se destacam, e as que se fragmentam. Aquelas que pouco se nota e até mesmo algo próximo de seitas...
Da pra ouvir a voz do paulistano orando. Do Brasileiro, de todos nós.
Inclusive por todos os anseios dessa cidade e desse país que nós já conhecemos.
Não se trata de discutir o conteúdo dessas orações,
E sim de enxergá-las. E respeitá-las.
Até mesmo não interagir com elas. Senti-las.
Curtir! Comentar, debater.
Falar o que quiser!
O que há?
Receio?



Um acréscimo para aqueles que nunca pisaram num templo dessa cidade.
Que não tem isso como hábito e não procuram conhecê-los.
Cabe mencionar tantos outros templos que aqui se avista: escolas, empresas, universidades, shoppings, edifícios. Casas.



Estruturas, regras, ética, hierarquia.

O morador da cidade se ancora. E ora.
Louva.
De templos em templos.


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sou daqui...

Por: Júnior



Nasci, cresci,"estudei", trabalhei, fiz amigos, inimigos, me dei bem, me fudi... tudo aqui!
Nunca passei muito tempo longe dessa cidade.
Dizem que juntando a Região Metropolitana, somos 20 milhões de habitantes ou melhor 20 milhões de "amontoados".
Trânsito, caos, violência urbana, poluição, enchentes, stress, transporte público cada vez mais lotado e caro, desigualdades, pontes estaiadas que servem mais para "embelezar" os cenários da Globo do que para desafogar o trânsito... tudo isso é típico do dia-dia de um paulistano, mas quem é esse paulistano? Em que bairro ele mora?... Impossível de explicar!

Ele pode ser o senhor que tem uma barbearia há mais de 40 anos perto da Pça da República, ou a negra que trança cabelos na galeria do rock. Pode ser os "manos" que trabalham nas barracas de flores da Dr. Arnaldo ou do Lgo. do Arouche, o rapaz que deixa balas no seu retrovisor em algum cruzamento ou até o aposentado que ganha um extra trabalhando de plaqueiro na Barão de Itapetininga.

Penha, Itaquera, Aclimação, Sapopemba, Tatuapé, Butantã....

Ele pode ser o imigrante que é Chefe de restaurante, o jornaleiro que tem uma banca em frente a um prédio ocupado por sem-tetos na Av. São João. Os nigerianos que ficam fazendo sei lá o que na Av. Rio Branco. Os pichadores que escalam prédios para fazer sua arte. A moça de 20 e poucos anos, moradora de Ermelino Matarazzo que deixa os 3 filhos com sua irmã de 13 anos, porque não conseguiu vaga na creche, ou a "mina" da mesma idade moradora dos Jardins que passa o dia todo passeando no shopping, ou até o estudante de alguma Uni... qualquer coisa que fala um "paulistanês" típico da Moóca.

 Pirituba, Piqueri, Perus, Pery, Pari, Pinheiros...



O japonês que frita pastel numa feira livre da Casa Verde, o baiano morador do Itaim Paulista que prepara sushi em Moema, ou o "mano" do churrasco grego no Lgo 13. O português da tradicional padaria da Consolação. O vendedor de uma ótica que aborda um bancário apressado na Rua São Bento. O cara da Pompéia que vai até a Vila Olímpia ouvir "putz-putz" e pagar 20 conto numa vodka, ou até o cara da Brasilândia que "trampa" num telemarketing na Barra Funda e "cola" num funk há poucas quadras de casa e toma "maria-mole" de 2 conto.

 Jabaquara, Jaguaré, Jaguara, Jaraguá...

Bolivianos escravizados por coreanos, o pipoqueiro da Pq. da Água Branca, o assassino que virou pastor, o chinês que trabalha junto com nordestinos na 25 de Março. O ascensorista que nas horas vagas é "camisa 10" na várzea, a frentista que no Carnaval é rainha de bateria. O paraense que limpa vidraças no Itaim Bibi, o maranhenense que acaba de chegar para dar um "trampo" na construção civil ou até o PM que vai numa biqueira em Heliópolis pegar o "arrego" da semana.

 Tatuapé, Cachoeirinha, Santana, Grajaú...

A estatua viva do Viaduto do Chá, os milhares de engravatados "bem-sucedidos" que andam apresados pela Avenida Paulista, a baiana que frita teus quitutes na Pça da Sé, o "basqueteiro" que bate uma bolinha onde era o Carandiru, o empresário que treina para a São Silvestre no Ibirapuera. O catador que separa e leva para reciclagem seu lixo, porque você não tem "paciência" para fazer isso, ou o "mano" que fuça seu lixo procurando alguma coisa para comer. A garota que vem do interior estudar na USP, ou o cara que faz o caminho inverso e se forma no interior. Ou até as mães que vão visitar os seus filhos no Centro Provisório do Belém ou em alguma unidade da Fundação CASA.

Freguesia do Ó, Tucuruvi, Pompéia, Ipiranga, Limão...

Como diria Mano Brown... Ratatatá, mais um Metrô vai passar.
Com gente de bem, apressada, católica. Lendo jornal, satisfeita, hipócrita.
Com raiva por dentro, a caminho do Centro.



Centro dos adictos, que dividem espaço tranquilamente com os "mano" das carroças de papelão pelas ruas da Cracolândia, ou o hippie que tenta vender seu "trampo" no Anhagabaú.. Pode ser as meninas que de uma hora para outra ficaram "famosas" por praticarem pequenos furtos na Vila Mariana. Os quatro operários que disputam uma animada partida de truco no último vagão do trem. As duas diaristas que indo para a casa da patroa no Sumaré discutem o último capítulo da novela. O judeu que anda de cabeça baixa pelas ruas de Higienópolis ou até as mulheres que se "vendem" no Lgo do Paissandu ou no Pq. da Luz.

 Capão, Paraisopolis, Santa Cecilia, Remédios, Canindé...

Pode ser o mano que "cuida" do seu carro no Morumbi, a garotinha que tenta ti vender chiclete enquanto você toma uma gelada na Vila Madalena, as sacoleiras da feira da madrugada no Brás ou o vendedor de DVD pirata no Viaduto Santa Efigênia, a italiana que prepara a "pasta" em alguma cantina do Bixiga ou até o mano que é acordado as 4 da manhã porque a ROTA achou "prudente" matar 6 caras que tentavam arrombar um caixa eletrônico no seu bairro.

Taipas, Lapa, Jd. Brasil, Saúde, Bela Vista, Perdizes, Vila Guilherme...

Rua Augusta, punks, skins... varias tribos, e até uma procissão cristã as 2 da manhã.
Pode ser o motoboy que corta a cidade a semana toda e no fim ganha um extra entregando pizza. O caminhoneiro que fica horas preso no trânsito  porque a prefeitura achou "interessante" fazer um corrida automobilística numa segunda chuvosa na Marginal Tiête. O médico, o vigia, o taxista, o advogado que se juntam num animado "porópópó" numa tarde fria no Pacaembu, o comerciante que arruma tempo pra tocar numa banda, ou a professora que está internada porque dar aula cada vez mais mexe com seus nervos, ou até o nortista que na Rodoviaria do Tiete está voltando pra casa desiludido, mais consegue levar um microondas e uma TV pra sua mãe.

Eu esqueci de muita, muita gente...
A imagem dessa cidade se modifica conforme as lentes que utilizamos. O sonhado e o real, o desejado e o rejeitado, vivido e simbolizado, o cantado e o pintado, o desvairado e o cotidiano; múltiplas facetas de uma cidade/país.
Falar dessa cidade e não cair nos "clichês" é meio difícil...
Selva de pedra, terra da garoa, cidade que não para, locomotiva do Brasil, todos os sotaques... Todas as raças, cidade que abraça todos de braços abertos.



Vivo dizendo que tô de saco cheio de morar aqui, que qualquer dia largo tudo e vou embora.

 
 Mais será que consigo viver sem tudo isso?

terça-feira, 30 de agosto de 2011

MANIFESTO

Por: Beto e Júnior

Uma discussão, e Você não se manifesta. Uma troca de idéias e Você se prefere não opinar. Como se não fosse fazer diferença. Ou se não fossem entendê-lo.
A Omissão. Velha forma de posicionamento político.
Quem já praticou, ou é praticante, nos acompanhe nessas palavras.



Quais são as formas de manifestação?
Você, insatisfeito com seu redor, procura a quem?
Uma pessoa, um grupo delas, ou uma Instituição?

Um tradicional mecanismo formador de culturas e ideologias políticas tem apresentado formas e conteúdos peculiares nos últimos meses.

Já marchamos pela Liberdade, por Jesus e contra o Código da Moto Serra.
Pelo baseado, contra a homofobia e pela Catraca Livre.
Contra o Ricardo Teixeira e a FIFA.
Há quem marchou de maneira organizada pelo revés de todos estes citados.
Há que se organizou no Vão do MASP pelo aniversário do Luan Santana.
(conversamos com esses caras pessoalmente - Gabi, Furlan, Coxa, Elis – não nos deixam mentir)


Muito dos tradicionais marchadores, ou manifestantes, os chamados Sindicatos, atualmente têm se apresentado de maneira interessante.
Com apresentações musicais, distribuição de bandeiras vermelhas e doação solidária de momentos de entretenimento.

Enquanto isso, muitas outras lutas, vermelhas, marcham e constituem verdadeiros enfrentamentos em nossa história.
Marcham em movimento. Ou Movimentos. Siglas.
Marcham em acordos. Hora aqui, e ali.
É preciso ficar esperto para não marchar distante de sua idéia.
Do Vermelho para o amarelo.
Do amarelo para o verde.
“Centro-Vermelho”
“Verde-Azul”
“Super-Vermelho”
“Super Vermelho (Fração em Chamas)”

Você, que chega até aqui conosco: Tem coragem de dizer que o povo não se manifesta??
Apostamos que sim.

E mais. Fará isso citando mártires e lutadores de outros continentes.
Em sua maioria, são referências que vem de terras caucasianas. Com cheiro de poeira e charuto das bibliotecas do Velho Mundo.
Em outros casos são lembradas as insurreições. Que pela gravidade da situação conseguem englobar mais de uma cultura. O Chile atual, por exemplo, na hora vira referência.

Rápido seria cair na real e concluir que o brasileiro “não tem tradição revolucionária”? ... ! ... ?.

Você está, assim como nós, titubeando entre a exclamação, a interrogação, as reticências ou o ponto final

A palavra ecoada, a idéia organizada ou desorganizada.
Isso é manifestação.
Cultura, política e revolução.



Não há dúvida que, em vias políticas, é preciso direcionar cada forma de manifestação. Integrá-las. Vê-las unas.

Menos de 30 anos atrás centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas na campanha das "Diretas Já". E a 19 anos o "caras pintadas" ajudaram a derrubar o então Presidente Collor. Claro! Não se impressione com essa afirmação. Eram notáveis  algumas distorções de tais movimentos, em muitos casos influenciados pela mídia e inclusive setores daqueles que pretendiam derrubar.

Mas não queremos aqui fazer um velho discurso ideologicamente adequado (entre os vermelhos, amarelos ou azuis, citados acima).

O que queremos dizer é que não se trata de um vazio revolucionário. Como muito se pensa, do povo brasileiro.

Pensemos no mundo... Há um fenômeno que vem crescendo ao redor do mundo (Egito, Siria, Inglaterra, Espanha, Chile) que é o de se organizar através das chamadas redes sociais (até que enfim acharam uma utilidade pra elas além do "Zé Povismo")



O que mais chama atenção é a transferência de muitos deles para as ruas... No Brasil a "molecada" parece que começou a perceber que "tuitaço" por si só não vai resolver nada.
E já começa a praticar a arte de ir às ruas... No último dia 13 os "teclas pintadas" organizaram uma marcha contra o Presidente CBF, Ricardo Teixeira, algo impensável um ano atrás. 



Cada tema manifestado, por qualquer pessoa, em qualquer lugar.
Cabe Sua manifestação, interpretação, resposta.
Do aborto, ao aumento da passagem, passando pelo quebra-quebra.
Quando você fica sabendo.
Pela TV, pela internet, pela música, pelo camarada, seja ele loroteiro ou não.
Quando você fica sabendo, você opina. Considera. Encerra em sua mente. Ou abre espaço pra lembrar depois.

Apenas o ato de falar, de transmitir.
Isso te faz revolucionário.

Daí a marchar é 1, 2.
Mas nem sempre será 1,2,3,4.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Onde está a identidade?

Os bairros estão cada vez mais populosos...mas as pessoas se conhecem menos.

Por: Junior

Como nossa vila está diferente... As pipas não se cortam mais como antes. O terreno onde fazíamos os "box" pra jogar bolinha de gude sumiu, assim como os círculos feitos nos asfalto onde rodavam "os pião".A mulecada não fica mais o dia todo com um pedaço de pau na mão, jogando taco. Ninguém desse mais a ledeira em cima de um carrinho de rolimã.

A vendinha onde comprávamos doce, peixinho, gelinho... fechou. A vizinhança não se junta mais para organizar uma festa junina. A mulecada não passa mais de casa em casa arrecadando dinheiro para pintar a rua na época da copa.

Cadê as duas pedras de uma lado, duas de outro, a bola, ou qualquer outra coisa que rolava? E a "tampa" do dedo ia embora! Os 3 dentro 3 fora jogados nos portões das casas tembém sumiram. O mercadinho do Seu Zé fechou... Agora, temos que ir num maldito hipermercado para comprar um simples pão.

Até nosso time de várzea e nossa Escola de Samba estão bem mudados. No time agora vem meia-dúzia de manos que nem são da área, que ainda ganham uma moeda pra jogar. Na Escola de samba, cado ano está mais caro para assistir um simples ensaio. A quadra enche de "mina" de nariz empinado que não são da área e só aparecem por aqui nas semana que antecedem o carnaval.

Dói ver a rua sem ninguém batendo uma bola, o céu com poucos pipas e a mulecada dentro de casa, ou até numa lan house "twitando", "curtindo"...

O casarão da Dona Maria, que tinha até pé de manga deu lugar a um condomínio. Assim como a venda, o mercadinho, ou o nosso campinho. Tudo virou prédio.

Parece que estou sendo saudosista, relembrando de 30, 40 anos atrás. Mas isso tem 10, 15 anos no máximo. O chamado "boom imobiliário' vêm acabando com a identidade de tradicionais bairros paulistanos. Hoje em bairros como Freguesia do Ó, Casa Verde. Qualquer terreno médio é usado para construir mais um condimínio, que daqui alguns meses será habitado por dezenas de famílias, que não relação alguma com o bairro.

Eles não são do bairro, não cresceram aqui, não se orgulham em dizer que são daqui. Só conhecem o bairro de dentro dos seus carros. Esses chamados "bem-sucedidos" saem cedo nos seus carros filmados, passam o dia presos no escritório e no trânsito e a noite voltam para o seu "Ap", voltam para seu mundinho.

Assim, cada vez mais o bairro vai perdendo dua cara, seu jeito, sua identidade... É o preço pago pelo chamado "progresso".

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Identidade dos bairros de São Paulo

               
                Por: Beto

                É fechado que eu começo a pensar nesse tema.
                Difícil pensar sobre a identidade do meu bairro olhando para ele. Contemplando-o.
                Talvez na sacada. Sentado numa muretinha que resta de tempo livre para um paulistano.
                Onde é possível apreciar das mais requintadas iguarias da culinária francesa, passando pelas exposições de algum contemporâneo renomado e finalizando numa amostra de músico tailandesa, não resta a um paulistano muito mais que uma mureta.
                Ela é sim, variável. Uma mureta pode ser uma poltrona, ou sofá em frente aos 179 canais digitais. Pode ser a cadeira giratória que nos leva ao mundo virtual, ou as cadeiras do avô quatrocentão, que leva ao mundo intelectual.
                Não nos resta mais que uma mureta na sacada.
                E fique esperto, sempre alerta, como diriam os escoteiros da selva. Podem estar filmando seu computador, e planejarem entrar em sua casa à noite. Podem observá-lo à distância, e interpretar sua atitude. Estranha, ela seria chamada.
                Encostado na mureta. Observando a PAISAGEM de Pirituba. E olha que o Sol de inverno não é nada desagradável. Pelo contrário, deixa tudo até que bem disposto. Há muito cinza, então os pontinhos verdes dão um contraste legal. As coisas “acabadas” não têm cores definidas, então a mistura fica conturbada, apesar do predomínio ser alaranjado. Inacabado.
                Mas o que diria, ou melhor, o que é possível dizer sobre essa paisagem? Seja o que o for, você o fará sozinho. É desse princípio que eu vejo ser possível falar sobre identidade aqui, ou acolá, em SP. Você fará isso distante das pessoas a sua volta. Por mais que pareça estar cercado delas. Aquelas que deveriam construir a tal identidade.
                Certo... É fácil dizer que isso é óbvio. Há tanta mistura. De Norte a Sul, do continente que é o Brasil, no país que é essa cidade.
                É fácil dizer que isso é fruto da correria... veja só: “Vamos ali, empinar pipa... Quê? Quem sabe dia 30, estarei de férias, tem um tempo até o dia 04, vou viajar depois. Agilizar uns negócio. Mas viu, qualquer coisa escreve um e-mail.”
                “Nada disso”, alguém poderia gritar. A perda de identidade  entre as pessoas é fruto da violência urbana! Sim!!!!!. A violência urbana deixa-nos com medo não é?.
                Numa rua hostil, muitas são as maneiras de ser ferido. Cacetete, bala bandida, bala do Estado. Facada, murro na cara... Atropelado, vingado... Vítima de um psicopata ou de um motorista que atualmente prefere guiar pela contra mão...
                O que seria essa perda de identidade?
                Convivendo por essas palavras, os sujeitos migram da lan house aos blogs, do twitter ao facebook, do cidade alerta! (ou urgente!, agora! Acontece! E etc) à SPORTV. Quem é capaz de julgar essa distância entre as pessoas? Quem é capaz de definir?
                Uma pausa pra trocar de mureta. Quem sabe uma mais confortável... E até mesmo fotografar essa cena.

                               

                Vejo que não é à toa a perca da identidade dos bairros. Tomo como exemplo os edifícios. Eles (des) constroem a paisagem de São Paulo há anos. De identidade no Centro só restam aquelas de agenda. Com horário e preço definidos, onde estudante e professor paga meia. O resto foi varrido por edifícios. Cada um à sua época, transmitindo as mais diversas identidades. Barões do café, arquitetura européia (não me pergunte época, nem tendência, nem estilo, nem nada!), prédio cibernéticos americanizados... O Centro de São Paulo é uma salada de identidades que nos habituamos a chamar de CAOS.
                Quando são rabiscados e escritos pelos pixadores, reclamamos.
                E os bairros periféricos. Aqueles onde se supões estar presente alguma identidade? São também cada vez mais varridos pelos tais edifícios. Alguns têm a vista privilegiada da Marginal Tietê, ou o acesso instantâneo para a via Expressa, que, diga-se de passagem, é corretamente chamada de obra faraônica, pelo milagre que faz em nossas vidas... poderiam também ser chamadas de “obras divinas”, “obras do profeta”...
                Mas voltando, também temos os edifícios mais afastados. Inclusive há uma sigla. CDHU. A precária e ínfima maneira de agregar todos à cidade.
                A cidade onde reflito aqui sobre identidade.
                Nada mais coerente do que nossa identidade estar preservada dentro dos edifícios. Neles há trabalho, escritórios, moradias, segurança, TV e internet a cabo, “água pro banho e bom nível de informação”, como diria B.Negão.
                Afinal. Não são estes nossos hábitos? Partindo do princípio que nossos hábitos representam nossas identidades...
                Pô. Tem um peixinho entrando num pipão. Se tomar relo vai ser foda!
                Essa frase tem tanta identidade atual quanto uma pintura rupestre. De alguma sociedade que chamaríamos de arcaica.
                É assim, (des) envolvidos, que proliferamos nossa identidade. No núcleo familiar fechado, aguardando a chegada dos edifícios para valorizar nossa área.